Cuidador lembrado no Piaget de V. N. de Gaia

Cuidador lembrado no Piaget de V. N. de Gaia

O Instituto Piaget, no seu campus de V. N. de Gaia, evocou hoje o Dia Europeu do Cuidador, este ano dedicado aos milharesde jovens que todos os anos cuidam dos seus familiares em toda a Europa, com um webinar organizado pela rede europeia Eurocarers, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e a Cuidadores Portugal (associação que se encontra a funcionar nas instalações da Escola Superior de Saúde Jean Piaget em Gaia).

Esta iniciativa juntou diversos jovens cuidadores europeus e peritos internacionais. Em cima da mesa esteve uma Carta de Compromisso, que envolve múltiplas entidades, para que seja criado o primeiro ecossistema de apoio aos jovens cuidadores a nível nacional.

Entre essas entidades refira-se o Instituto Português do Desporto e Juventude – Direção Regional Norte, a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, e a Eurocarers, bem como algumas individualidades, como o professor Saul Becker, o maior perito internacional sobre jovens cuidadores. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também se associou ao evento, deixando uma mensagem especial.

Bruno Alves, docente do Instituto Piaget de V. N. de Gaia e membro da direção da Eurocarers, reforçou, na sua intervenção, a importância de se investir mais em estruturas de apoio para a pessoa cuidada e, caso se identifiquem jovens cuidadores, mobilizar um conjunto de serviços de primeira linha que promovam o supremo interesse das crianças e jovens que participam neste papel. “Estes jovens continuam invisíveis à luz dos sistemas sociais e de saúde nacionais e estão em vulnerabilidade”, afirmou, lembrando que as estatísticas europeias falam em uma incidência entre 3% a 8% de jovens cuidadores.

Bruno Alves referiu ainda a estratégia Enabling Carers to Care, apresentada no Parlamento Europeu, que se foca na importância da identificação e reconhecimento dos cuidadores, bem como para a falta de regulamentação em contexto nacional.

“O estatuto, apesar de ser um marco histórico, é claramente omisso e injusto para a grande maioria dos cuidadores e pessoas cuidadas, pois não está a ser efetivamente aplicado. A sua não aplicação atenta contra a dignidade e o papel nobre dos cuidadores e, em particular coloca os jovens em situação de maior vulnerabilidade”, acrescentou.

A nível europeu verifica-se a existência de Estados-membros a funcionar a diferentes velocidades, com o Reino Unido com uma das legislações mais avançadas e Portugal ainda numa fase muito embrionária.