Movimento cartonero e exposição de livros no Campus de Vila Nova de Gaia
No dia 14 de Junho decorreu, no Instituto Politécnico Jean Piaget do Norte, uma sessão sobre o “movimento cartonero” no mundo, a qual foi dinamizada pela APDES (Agência Piaget para o Desenvolvimento) em colaboração com a Rede Cartonera.
Este movimento nasceu na América do Sul, como resultado da recessão económica, e tornou-se numa forma de expressão artística das pessoas e comunidades ditas vulneráveis.
A originalidade do livro “cartonero” reside no suporte que é usado para a elaboração das capas, o papelão (“cartón”, em espanhol), e na intervenção criativa associada às capas, usando diferentes técnicas. A utilização de um material típico da sociedade de consumo está ligada ao gesto da consciência ecológica na luta atual pela sustentabilidade do planeta.
Acresce que o resultado das intervenções criativas nas capas dá ao livro “cartonero” uma certa “aura”, pois cada exemplar resulta único pela singularidade da mesma.
Criadas por pequenos grupos de pessoas ligadas ao fazer literário e cultural, em certos casos também a coletivos com preocupações políticas e sociais, as editoras “cartoneras” funcionam muitas vezes como propostas de intervenção para lançar vozes e linguagens de sujeitos silenciados. Objetivo: tornar a escrita e a leitura práticas de maior incidência na vida quotidiana, sobretudo entre setores que historicamente estiveram à margem da cultura letrada. Hoje calcula-se que funcionam mais de 150 editoras destas no mundo.
Até 5 de julho está a decorrer uma exposição de livros “cartoneros” na Biblioteca do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia. São 200 livros, 69 editoras e 18 países presentes na exposição. Os visitantes poderão observar o que editoras de diversos países da América Latina, Europa e África publicam e a forma singular como elaboram os seus livros.