Entrevista ao Coordenador de Osteopatia
O Professor Alexandre Nunes, coordenador da Licenciatura em Osteopatia do Instituto Piaget de Silves, responde nesta entrevista a algumas questões essenciais sobre o curso que coordena e leciona.
É possível definir, de uma forma simples, o que é a Osteopatia?
Muito sucintamente, Osteopatia é uma terapia manual, centrada no paciente e focada no sistema neuro-músculo-esquelético.
Que vantagens apresenta esta terapia em relação às outras?
A Osteopatia é uma Terapêutica Não Convencional, que, na minha perspetiva, é complementar. Aliás, são inúmeros os estudos internacionais recentes (do Reino Unido, Holanda, e Estados Unidos) que recomendam a terapia manual e, mais especificamente, as técnicas de mobilização e manipulação – técnicas utilizadas pelos osteopatas – como a primeira linha de intervenção para o tratamento da dor crónica lombar e cervical.
Sendo esta prática considerada uma “medicina alternativa”, este curso está devidamente acreditado? Ou seja, o diploma é oficialmente reconhecido em Portugal?
Sim, o curso está devidamente acreditado e o diploma é oficialmente reconhecido em Portugal – e reconhecido como licenciatura. Segundo a Lei n.º 109/2019, publicada no DR a 9 de Setembro de 2019, após o final do ano letivo de 2019/2020 (o ano em que surgirão os primeiros licenciados), apenas quem tiver Licenciatura em Osteopatia terá acesso à cédula profissional de osteopata (ponto n.º 3 do artigo n.º 19).
Considera que o facto de ser uma licenciatura nova, ainda com relativamente poucos profissionais diplomados no mercado, poderá trazer vantagens aos nossos futuros osteopatas?
Naturalmente que será uma vantagem, porque, como já referi, apenas a licenciatura em Osteopatia dará acesso à cédula profissional, que é o requisito legal para exercer a profissão em Portugal. Nenhum curso, até à data no nosso país, foi um curso a tempo integral durante 4 anos, com 1000 horas de ensino clínico supervisionado. Portanto, a formação em Osteopatia em Portugal deixa de ser heterogénea, tendo os mesmos critérios de formação de outras profissões da área da saúde, como a Fisioterapia ou a Enfermagem.
O Instituto Piaget foi pioneiro na introdução desta licenciatura no nosso país. Que razões têm aqueles que pretendem estudar Osteopatia para escolher esta instituição?
O plano de estudos foi elaborado pelo osteopata português mais conceituado no mundo, que é o Professor Doutor Jorge Esteves. É baseado no modelo inglês de ensino em Osteopatia, que é o mais antigo na Europa, e adaptado à lei portuguesa que regulamenta os critérios de formação desta licenciatura. É um plano de estudos conceptual, centrado no modelo biopsicossocial, incorporando os novos conhecimentos de dor e neurociência, e aplica a evidência baseada na prática. Podemos, por isso, dizer que o nosso plano de estudos tem por base as melhores práticas osteopáticas a nível internacional.
Isso permite considerar este curso, ministrado no Piaget, uma formação de caráter internacional?
Certamente, até porque o Instituto Piaget tem protocolos com outras instituições europeias de renome (escolas/universidades e centros de investigação); e em diversas unidades curriculares na vertente osteopática, tem, inclusivamente, horas reservadas para convidados internacionais. Como exemplo, no curso de Osteopatia do Instituto Piaget de Silves, tivemos, recentemente, o Professor Doutor Gary Fryer – que é um dos nomes mais conceituados da Osteopatia a nível mundial, com diversos artigos publicados – a ensinar os nossos alunos do 3º ano, durante dois dias.
E de que forma essa internacionalização do curso irá beneficiar os futuros profissionais aqui formados?
Os estudantes têm a oportunidade de comparar o ensino do Instituto Piaget com o ensino de docentes que estão nas universidades mais conceituadas do mundo; têm oportunidade também, através de protocolos de Erasmus, de realizar ensino clínico/unidades curriculares; de participar em projetos de investigação; e desta forma, adquirirem competências e conhecimentos que os habilitam a exercer a sua profissão ao mais alto nível, em qualquer parte do mundo.