António Paiva
Meditação Xamânica com Som
Nascido em 1955, desde cedo senti o apelo da Natureza. Esse apelo mantém-se até hoje e tem-me levado a percorrer bosques e montanhas, sozinho ou acompanhado, de dia e de noite. Os inebriantes contrastes de luz, sombra e odores da floresta, ou os ásperos cumes despojados de vegetação e batidos pelos ventos.
As árvores mestras e os animais de sabedoria, as pedras portadoras do fogo da criação e as águas dadoras de vida e mistério. O rodopio da vida pautada pelo ritmo das marés, Lua Cheia, Lua Nova. O rosto das formas alternando entre a luz brilhante do dia e a luz ténue da noite.
Também desde muito novo me interroguei sobre o mistério da vida e da morte. Isso levou-me a cruzar diversas vias de conhecimento e a pôr em causa muitos dos pressupostos que regem a nossa existência. Ainda hoje me interrogo, mas aprendi a aceitar a dúvida e a dádiva da vida e também a morte.
Aprendi igualmente que a morte e a vida coexistem em cada um de nós e a cada momento se manifestam e a muitos níveis: outros seres que morrem para nos alimentarem, amores possíveis e impossíveis, ódios tão intensos, ideias e ideais pelos quais daríamos a vida, uns que terminam em amargas desilusões, outros que iluminam as nossas existências.
Aprendi também o valor inestimável da alegria e da inocência, não uma inocência ingénua e simplista, mas sim uma inocência que consiste em encarar cada pessoa como uma fonte de descoberta e cada afecto mais profundo como se fosse a primeira vez. Uma inocência que não me cega para a maldade mas não me torna um fanático do bem.
Descobri que não caminho sozinho e dou graças pelos companheiros do caminho, uns uma constante ao longo da vida, outros um brilho breve e fugaz, homens e mulheres explorando a aventura da descoberta, a partilha da amizade, o fogo da paixão, independentemente dos percursos experimentados, ateus, cristãos, budistas, templários, rosa cruzes, astrólogos, tarólogos, xamãs... e outros tantos nomes que mais não são do que pequenos acordes da grande música da Vida.
O que pretendo, sem falsa humildade nem presunção, é apenas partilhar o que aprendi, aprender com quem partilho, ajudar a que o fogo do coração não esmoreça e as linhas da vida expressem desenhos, assumam padrões, ganhem significados e os destinos libertem aquilo que tiver de ser solto e acolham o que de novo possa surgir na vida de cada um.
Workshop
Tem como objectivo a indução de um estado de profundo relaxamento, que possibilita o desbloqueio de tensões físicas, emocionais e mentais. E assim amparados pelo som, como se uma barca fosse, navegaremos pelos mundos subtis, onde o corpo é retemperado, a mente aquietada e a visão se amplia.
Além da voz, os instrumentos usados são de múltiplas proveniências geográficas e culturais: taças do Tibete, tambor da América do Norte, gongos da China, maracas Africanas, címbalos Nepaleses e outros instrumentos tradicionais.