A análise de dados e os novos ricos
No contexto atual, a análise de dados e a gestão da informação são dos pilares mais importantes de uma sociedade desenvolvida. Os dados, como sabemos, advêm de inúmeras fontes, são gerados de diversas formas e chegam-nos todos os dias.
Vivemos uma nova era, a digital, que se caracteriza por um contexto cada vez mais tecnológico e rico naquilo que se designa por Big Data. Podemos dizer, com inteira propriedade, que quem tem os dados corretos e os sabe trabalhar em proveito próprio ou para benefício comum é um “Novo Rico”.
Estima-se que, no final de 2021, a quantidade total de dados disponível no mundo era de 79 zetabytes. Para termos uma ideia, um zetabyte é aproximadamente 1.000.000.000.000.000.000.000 (1021) bytes.
Aprender a tirar o máximo partido da informação, saber interpretar, analisar e – mais importante – saber gerir aquilo que os dados transmitem é um fator-chave. Seja ao nível mais pessoal, seja numa componente mais profissional.
Tudo o que fazemos na vida do dia a dia gera dados: seja dar uma simples caminhada (onde contamos os passos); pesquisar a receita do jantar no Google (onde fica gravada uma tendência de pesquisa); postar uma fotografia com um amigo no Instagram (gerando conteúdo e informação de onde estamos e com quem estamos), entre outras inúmeras atividades…
Entre 80% a 90% dos dados existentes no universo digital não são estruturados, estando maioritariamente disponíveis em forma de áudio, vídeo, imagens ou texto. Para o cidadão comum, estes dados funcionam apenas como memórias. Para uma empresa ou marca, eles representam a nova fonte de “pesquisa e análise de mercado”. É a partir destes dados que as organizações conseguirão depreender e identificar as novas tendências pesquisadas, assim como o perfil dos públicos que lhes interessam.
Gerir esta informação é, atualmente, uma arma poderosa e a estratégia mais cobiçada. Ainda assim, a realidade mostra-nos que cerca de 60% a 70% dos dados não são utilizados, uma vez que o processo de conversão de dados brutos em “insights” úteis é de grande complexidade.
Convém ter presente que os dados de informação que nos chegam servem também para conseguirmos tomar melhores decisões, para escolher uma opção dentro de várias possibilidades, ou simplesmente para ter conhecimento de algo e prevenir situações futuras.
Na nossa escola, uma das nossas preocupações é ensinar a analisar, conceber, planear e gerir informação na aplicação de metodologias e técnicas de análise de dados, assim como integrar essa mesma informação com as soluções de sistemas tecnológicos existentes. O que nos enche de orgulho é preparar os nossos alunos para este mundo digital, criar “awareness” da importância da gestão da informação. Quanto mais bem preparados estiverem, melhor será o seu entendimento no futuro.
E qualquer um de nós entende a importância de nos prepararmos para o futuro. Certo?
Ana Moirinho Barbosa
Docente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Piaget de Almada
Coordenadora do CTeSP em Análise de Dados e Gestão da Informação